Depois de chegar em Perito Moreno cidade de pouco mais de 4000 mil habitantes demoramos um bom tempo para arrumar hotel, vários deles estavam fechados para o feriado de Ano Novo!!!! Não entendi mas tudo bem, depois de arrumar um hotel e comer algo, esperamos a noite para procurar algo para jantar, bem novamente a cidade fecha e nossa “ceia” resumiu-se a 2 cervejas e um pão nada com gosto de nada.
Saímos para El Chaltén de manhã. Na rodovia cuidado redobrado pois a todo momento temos que diminuir para desviar dos guanacos e emas na pista, depois de 600 km e uma calota perdida na estrada de rípio chegamos em El Chaltén uma pequena vila auto intitulada a capital mundial do trekking, resolvemos tentar a trilha do monte Fitz Roy ainda no mesmo dia porém tivemos 2 contratempos arrumar um hotel com valor aceitável e um pneu furado que ao tentar trocá-lo não conseguimos soltar os parafusos (vergonha), depois de usar de toda nossa inteligência fomos vencidos e por fim usamos um remendo instantâneo de pneus daqueles que você injeta uma espuma no pneu para tapar o furo, bem problema pneu resolvido depois de 1 hora, arrumamos um hotel, mais uma hora, e finalmente comer algo, por fim as 18:00 liberados começamos trilha de 21 KM do Fitz Roy, e já no fim da tarde nossa capacidade de analisar a situação com certeza estava afetada pela falta de comida, mas vamos lá.
A visão da montanha é sensacional e apesar dos pesares recomendo a trilha sem pensar novamente, além do vento gélido e esforço físico as paisagens indescritíveis compensar qualquer coisa, já no começo da trilha uma subida muito forte mostra o que vem pela frente.
No primeiro ponto de fotos no Rio das Vueltas o vento já dificulta a tomada de imagens, seguimos a trilha, porém erramos o caminho (que beleza), depois de uns 40 minutos subimos por uma escarpa bem acentuada fora da trilha finalmente achamos a trilha principal, depois de 4 KM e muitas lagoas e bosques chegamos ao ponto de fotos do Fitz Roy, para chegar a sua base restavam mais 5,2 KM, faço questão dos 0,2 ai porque não tem como explicar a dificuldade de subir estes 200 metros, a caminhada segue relativamente tranquila até o KM 9 quando uma placa avisa que a partir dali a subida é extremamente íngreme e faz-se necessário uma boa aptidão física, bem não preciso dizer que fomos (hora local 20:45), realmente a placa não estava com conversa fiada e a subida é de tirar o folego de todas as maneiras tanto pela inclinação de mais de 30 graus bem como a paisagem inebriante que torna a subida desgastante e perigosa já que por horas na ânsia de atingir a base da montanha e a Lagoa de los 3 você esquece das horas, do frio e o vento.
Ao chegar na base o relógio já marcava 21 horas, tirei algumas fotos e levei um pequeno tombo já que o vento lá é diremos interessante, as 21:10 inicia-se a decida para voltar ´à portaria, até 22:30 ainda tínhamos luz natural, já com fome, sede e dores em músculos até então desconhecidos chegamos a portaria as 23:00 com o auxílio de lanternas (estas não esquecemos), com certeza a trilha mais insana que já fiz e em um horário esquisito, não levamos lanches, não levei luvas e apenas uma segunda pele para proteger do frio, meu amigo Jarbas foi agraciado com bolhas de batismo trekking. Valeu parceiro.
Depois da epopéia da trilha fomos procurar algo para comer já que não tínhamos uma refeição descente há 2 dias, ao entrar na pizzaria lotada o garçom sentencia, estamos fechamos!!!! Como assim?? eram apenas 23:30 e a pizzaria estava lotada, mas fazer o que… o jeito é colocar o rabo entre as pernas e procurar outro local, achamos outra pizzaria e comemos a melhor pizza de todos os tempos (será?).
Como disse antes, apesar de tudo recomendo fortemente fazer a trilha mas prepare-se e comece de manhã, a trilha possui locais para camping que mais parecem a Torre de Babel pela quantidade de nacionalidades que encontram-se lá.
Em resumo El Chaltén merece no mínimo uns 5 dias para conhecer algumas trilhas e belezas da localidade.
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21:27 da noite e dia muito claro ainda