9º Dia –El Calafete – > Torres Del Paine – 03/01/2016

Mudamos um pouco o itinerário e seguimos para Torres Del Paine perto da fronteira já no Chile pelo Paso Don Guillhermo, para pegar um atalho passamos por uma estrada de rípio de 55 KM, a distância é curta porém atrasa um pouco pois com muitas pedras o carro quase desmonta, porém mesmo assim foi interessante o caminho foi como um mini safari. Encontramos, raposas, flamingos, coelhos(lebres), patos, carneiros, emas e um condor morto, não gosto de fotos de animais mortos porém não é comum encontrar um condor nem vivo quanto mais morto animal imponente pode chegar a 3,2 metros de envergadura, viver mais de 50 anos e voar até 300 km por dia.

Depois de muito rípio e errar o caminho em 60 km de terra entramos no parque Torres Del Paine, ingresso de 100 reais porém válido por 3 dias. A visitação no parque é bem parecida com a Serra da Canastra para quem conhece, você pode entrar de carro e visitar inúmeros lugares como cachoeiras, lagoas, ver animais entre outras atrações, porém alguns pontos necessitam de uma caminha ou até mesmo escalada, Torres Del Paine é a meca de quem gosta de trekking, como circuito O e W que podem demorar até 7 dias para serem percorridos, porém o parque conta com toda estrutura de camping, refúgios e hotéis $$$$ todos eles pagos, mas para todos os bolsos.

Como não tínhamos tempo para fazer todo o circuito a pé, percorri os principais pontos de carro e resolvi dormir para fazer o trekking de 9 horas até a base das torres que dão nome ao parque, fomos procurar hotel, as poucas opções de hotéis são caríssimas e contam com uma estrutura de 5 estrelas em um local bem isolado.

Vejam ai www.lastorres.com, então caso não tenha ganho na Mega Sena recomendo desistir de hotéis, passei a procurar pelos refúgios que são como albergues com dormitórios com múltiplas camas e oferecem pacotes de refeição, mas estavam todos lotados 99% estrangeiros em especial alemães, franceses e suíços aqui vemos muitos turistas, última opção, pois já eram 20:30 e estávamos a 130KM da cidade mais próxima,com estrada de terra, era o camping, ou seja, era hora de debutar esta nova modalidade de estadia que nunca usei e a primeira vez foi em Torres Del Paine, pagamos 50 reais por pessoa com direito a banho quente e banheiro, fora a epopéia de montar a barraca colchão e saco de dormir pois o frio já estava lá, 30 minutos depois com barraca montada fomos ao restaurante base para jantar (valor a parte).

A noite foi tranquila, com muito frio, mas o equipamento aguentou firme, afinal foi perdida a inocência de acampamento em um hotel de 1.000.000 2 de estrelas na base da montanha Sarmiento com o gelo como adorno, confira nas imagens.

As 5:00 sai para a subida até as Torres. Subida realmente  desafiante nas pradarias (segunda palavra que dá nó para escrever pradarias e sesta),do inicio da caminhada centenas de coelhos faziam companhia, só não queria encontrar o puma que no folheto do parque indica que caso encontre algum será preciso manter a calma kkkk, não correr ou fazer barulho, percorri a trilha sozinho e só encontrei pessoas já na volta pois pelo jeito ninguém animou a andar tão cedo, são 20 KM com mais de 1000 metros de desnível, mas deu para fazer a trilha em um bom tempo, tirar fotos em cenários incríveis e beber água de degelo

As paisagens da trilha servem facilmente como local de filmagem para Senhor dos Anéis ou Game of Thrones, mas o filme lembrado foi o Karate Kid com o Jackie Chan, porque como frio, era um tal de põe casaco e tira casaco nas subidas que fiquei treinado.

 

Plantação de churrasco

Plantação de churrasco

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Torres Del Paine

Torres Del Paine

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Hotel de 1.000.000 de estrelas

8º Dia –El Chaltén – > El Calafete 02/01/2016

Depois de dormir até quase 10 horas para descansar da caminhada do Fitz Roy enchemos nossas reservas de água de degelo na entrada da trilha do Fitz Roy (a guarda parque que dava instruções na entrada olhou incrédula para nós de chinelo e bermuda no frio perguntando se íamos fazer a trilha (com certeza não), saímos para El Calafete distante apenas 212KM, no caminho muito vento daquele que chega a mudar a trajetória do carro algumas vezes, chegando lá optamos por um lauto almoço que serviu como ceia de Ano Novo já que não conhecíamos uma refeição decente em 2016 ainda.

Logo após o almoço seguimos para o Glaciar Perito Moreno que fica a 80 KM da cidade, pagamos a entrada e seguimos pela estrada do parque, do Glaciar não tem muito o que falar, o parque tem uma ótima estrutura no padrão de parques internacionais como em Foz do Iguaçu ou Machu Pichu, as geleiras são de uma beleza sem igual como vocês podem conferir em algumas das centenas de fotos que trouxemos de lembrança, fica o desafio de conseguir tirar uma foto que fique feia, todos os ângulos são sensacionais, a geleira tem 14 KM de extensão, 5KM de largura por 60 metros de altura, a todo momento uma porção da geleira se desprende e ao cair na água produz um som muito alto, ainda conseguimos pegar gelo em uma  praia ao lado do Glaciar.

Novamente fica o lembrete levem luvas e blusas para muito frio, pois o vento que sopra da geleira queima a pele e congela as mãos.

Depois do passeio é hora novamente de achar um hotel que caiba em nosso orçamento. A estratégia agora já esta traçada, siga para as ruas periféricas e lá sempre encontramos bons hotéis com preços mais módicos e ao lado da Hosteria Patagônica onde ficamos comemos uma pizza gigante a qual sobrou até para o totó que comeu o restante da pizza na fronteira do Chile no outro dia.

 

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7º Dia – Perito Moreno – El Chaltén 01/01/2016

Depois de chegar em Perito Moreno cidade de pouco mais de 4000 mil habitantes demoramos um bom tempo para arrumar hotel, vários deles estavam fechados para o feriado de Ano Novo!!!! Não entendi mas tudo bem, depois de arrumar um hotel e comer algo, esperamos a noite para procurar algo para jantar, bem novamente a cidade fecha e nossa “ceia” resumiu-se a 2 cervejas e um pão nada com gosto de nada.

Saímos para El Chaltén de manhã. Na rodovia cuidado redobrado pois a todo momento temos que diminuir para desviar dos guanacos e emas na pista, depois de 600 km e uma calota perdida na estrada de rípio chegamos em El Chaltén uma pequena vila auto intitulada a capital mundial do trekking, resolvemos tentar a trilha do monte Fitz Roy ainda no mesmo dia porém tivemos 2 contratempos arrumar um hotel com valor  aceitável e um pneu furado que ao tentar trocá-lo não conseguimos soltar os parafusos (vergonha), depois de usar de toda nossa inteligência fomos vencidos e por fim usamos um remendo instantâneo de pneus daqueles que você injeta uma espuma no pneu para tapar o furo, bem problema pneu resolvido depois de 1 hora, arrumamos um hotel, mais uma hora, e finalmente comer algo, por fim as 18:00 liberados começamos trilha de 21 KM do Fitz Roy, e já no fim da tarde nossa capacidade de analisar a situação com certeza estava afetada pela falta de comida, mas vamos lá.

A visão da montanha é sensacional e apesar dos pesares recomendo a trilha sem pensar novamente, além do vento gélido e esforço físico as paisagens indescritíveis compensar qualquer coisa, já no começo da trilha uma subida muito forte mostra o que vem pela frente.

No primeiro ponto de fotos no Rio das Vueltas o vento já dificulta a tomada de imagens, seguimos a trilha, porém erramos o caminho (que beleza), depois de uns 40 minutos subimos por uma escarpa bem acentuada fora da trilha  finalmente achamos a trilha principal, depois de 4 KM e muitas lagoas e bosques chegamos ao ponto de fotos do Fitz Roy, para chegar a sua base restavam mais 5,2 KM, faço questão dos 0,2 ai porque não tem como explicar a dificuldade de subir estes 200 metros, a caminhada segue relativamente tranquila até o KM 9 quando uma placa avisa que a partir dali a subida é extremamente íngreme e faz-se necessário uma boa aptidão física, bem não preciso dizer que fomos (hora local 20:45), realmente a placa não estava com conversa fiada e a subida é de tirar o folego de todas as maneiras tanto pela inclinação de mais de 30 graus bem como a paisagem inebriante que torna a subida desgastante e perigosa já que por horas na ânsia de atingir a base da montanha e a Lagoa de los 3 você esquece das horas, do frio e o vento.

Ao chegar na base o relógio já marcava 21 horas, tirei algumas fotos e levei um pequeno tombo já que o vento lá é diremos interessante, as 21:10 inicia-se a decida para voltar ´à portaria, até 22:30 ainda tínhamos luz natural, já com fome, sede e dores em músculos até então desconhecidos chegamos a portaria as 23:00 com o auxílio de lanternas (estas não esquecemos), com certeza a trilha mais insana que já fiz e em um horário esquisito, não levamos lanches, não levei luvas e apenas uma segunda pele para proteger do frio, meu amigo Jarbas foi agraciado com bolhas de batismo trekking. Valeu parceiro.

Depois da epopéia da trilha fomos procurar algo para comer já que não tínhamos uma refeição descente há 2 dias, ao entrar na pizzaria lotada o garçom sentencia, estamos fechamos!!!! Como assim?? eram apenas 23:30 e a pizzaria estava  lotada, mas fazer o que… o jeito é colocar o rabo entre as pernas e procurar outro local, achamos outra pizzaria  e comemos a melhor pizza de todos os tempos (será?).

Como disse antes, apesar de tudo recomendo fortemente fazer a trilha mas prepare-se e comece de manhã, a trilha possui locais para camping que mais parecem a Torre de Babel pela quantidade de nacionalidades que encontram-se lá.

Em resumo El Chaltén merece no mínimo uns 5 dias para conhecer algumas trilhas e belezas da localidade.

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Início Caminho Fitz Roy

Início Caminho Fitz Roy

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21:27 da noite e dia muito claro ainda